Imigrar – Um exercício minimalista

Autora: Dra. Francieli Marques

Muito se fala em zona de conforto, em como devemos ultrapassar essa zona em busca do crescimento pessoal.

E sair da zona de conforto nada mais é que arriscar-se, fazer coisas que não te dão garantia de sucesso, agir de forma até então inesperada.

E entre muitas decisões que podemos tomar na vida que sem dúvidas nos expulsa da zona de conforto imigrar merece lugar de destaque, aventurar-se por terras desconhecidas, enquadra-se em novos costumes, administrar a saudade e submeter-se a condição de forasteiro.

No entanto, antes de todo esse arcabouço de novas situações temos a fase do desapego. Pois enquanto residentes em nosso país é natural que tenhamos construído um lar, uma rede de apoio, adquirido bens, itens pessoais e costumes.

E quando tomamos a decisão de imigrar um dos primeiros desafios se apresentam ainda em nosso país, pois temos que nos desfazer de quase tudo que temos e que nós é conhecido e rotineiro. Desde o guarda-roupas que precisa ser drasticamente reduzido até os livros que acumulamos nas prateleiras e que aguardam o dia de serem lidos.

Nesse momento percebemos o quão acumuladores somos, mesmo que tenhamos erguido a bandeira do minimalismo, vemos que na verdade temos muito mais do que precisamos.

Minha jornada imigratória para Portugal não foi diferente.

Iniciei o movimento do desapego um pouco mais de um mês antes da partida, acreditando que ainda sobraria tempo para fazer tudo com calma, ledo engano. Os dias passavam na velocidade das horas e tudo que eu precisava me desfazer se multiplicava, levando-me a acreditar que era quase uma missão impossível.

Mas com perseverança, ajuda e coragem consegui cumprir a missão do desapego, e ao final me senti desnuda e perdida, sensações que a princípio são desagradáveis porém, após esses primeiros sentimentos fui tomada de uma incrível sensação de leveza, liberdade e felicidade e pronta para recomeçar.

E a principal lição desse capitulo de desapego foi que mais vale preencher uma vida com experiências, sensações e sentimentos do que me enterrar em itens e bens que não preenchem nada mais além da ilusão de ser o que se tem em substituição do que realmente se é.

Viva o mundo

Autora: Dra. Francieli Marques

Sempre pensei que o mundo era grande demais para nos limitarmos a viver em um só lugar.

Lembro-me que sempre que viajava acabava fazendo planos de me mudar para o local da viagem. No entanto, nunca de fato acreditei que viver novas experiências, conhecer lugares eram possibilidades para mim. Fui educada para encarar um mundo “cão” como diz meu pai, e não havia espaço para acreditar que o mundo é um lugar incrível com muito a oferecer, pronto para ser explorado. Então, quando se cresce nesse ambiente de proteção não é incomum não buscar realização de sonhos, pois a foco é sobreviver.

No entanto, em 2019 quando inesperadamente concordei em fazer minha cidadania italiana de forma presencial as coisas começaram a mudar. Digo que concordei por que a princípio não era favorável, pois eu tinha uma vida que não sobreviveria sem mim, ao menos era o que eu acreditava.

Com minha ida para Itália para fazer a cidadania com a Schiav Assessoria, que levou um pouco mais de cinquenta dias, iniciaram as quedas das crenças limitantes as quais me agarrei por toda vida.

Conhecer a Itália, conviver com essa cultura diferente, aprender a língua, fez me sentir como cidadã do mundo, me trouxe a compreensão de que Deus fez o mundo para ser nossa casa e nada e nem ninguém pode impedir ou restringir nosso direito de ir e vir.

Algo que muito me impressionou foi perceber que no Brasil a vida continuou, meu trabalha não parou, os compromissos foram cumpridos e então, eu não era essencial como acreditava ser, o que ne verdade foi libertador.

Depois desse viagem muitas outras vieram, Argentina, Itália novamente, Grécia e Irlanda, e cada viagem despertava em mim meu instinto desbravador que me inspirou a tomar a decisão mais séria da minha vida, mudar de país, passando da posição de controlada para controladora da minha vida.

Assim decidi vir para Portugal e mais, resolvi ajudar outras pessoas se tornarem desbravadoras de sua história me dedicando a conseguir a cidadania europeia para aqueles que deseja e tem esse direito por meio da Go Live.

Nossa meta é o seu sonho. Vem viver.